terça-feira, 21 de janeiro de 2014

RECORDAR… O “Dia Nacional do Autocaravanismo”

UM “DIA” CONSTRUÍDO POR NÓS OU SEM NÓS?
(Texto escrito em 5 de Fevereiro de 2009)


Aos autocaravanistas minimamente atentos não passa despercebido (é impossível!) uma certa polémica que flui na blogosfera autocaravanista e que desperta emoções fortes ao ponto de o uso de expressões duras se tornar inaceitável na relação entre pessoas que se não conhecem, quanto mais entre companheiros.

Desta polémica evidenciam-se quatro distintos grupos: os do lado X, os do lado Y, os que procuram criar pontes (acabam por ser vitimas!) e ainda os que se “estão nas tintas”.

Contudo, se bem nos apercebemos, se bem me apercebo, por incrível que pareça, as ideias base que defendem são as mesmas. As diferenças estão nas estratégias e se as mesmas fossem idênticas as tácticas divergiriam. Colateralmente surge a desconfiança e algum protagonismo.

Vem isto a propósito da criação de um “Dia Nacional do Autocaravanismo”? Sim.

Concordaremos, todos, inclusive você que me lê, que esta não é uma ideia peregrina. Muitos outros a terão tido, até primeiro e há mais tempo que eu. Só que a concretização desta ideia NÃO PODE, de modo nenhum, DIVIDIR OS AUTOCARAVANISTAS.

Daí a razão deste escrito.

A apropriação do “Dia Nacional do Autocaravanismo” por uma pessoa, por um grupo de pessoas ou por uma organização, pode destruir irremediavelmente, na actual conjuntura, propósitos subjacentes a esta ideia: a unidade e o companheirismo.

(Sobre estes dois conceitos - unidade e companheirismo - falaremos numa próxima oportunidade.)

A minha opinião (que vale o que vale, que não tem nem mais, nem menos valor que a sua) é que a existência de um “Dia Nacional” traz para a praça pública, pelo menos uma vez por ano, designadamente através dos órgãos de comunicação social, as questões que se põem a tudo o que estiver relacionado com o autocaravanismo. Daí, também, o cuidado a ter para que criação do “Dia Nacional do Autocaravanismo” seja fruto de um trabalho conjunto em que todos participem sem exclusões.

Então, como fazer?

Primeiro – Reflectir e pronunciarmo-nos publicamente sobre esta ideia: É do interesse do Movimento Autocaravanista de Portugal a criação de um “Dia Nacional do Autocaravanismo”? Porquê?

Segundo – Este diálogo, que queremos sereno, podemos e devemos iniciá-lo em todos os locais possíveis, através de todos os meios acessíveis e por um período dilatado no tempo, dois ou 3 meses;

Terceiro – Apelarmos ao envolvimento de TODOS: aos cidadãos directamente interessados no autocaravanismo e, sobretudo, aos autocaravanistas do tal grupo dos que se “estão nas tintas”; às organizações de autocaravanistas e às organizações que produzem, comercializam ou prestam serviços aos autocaravanistas;

Quarto – Começarmos a pensar numa forma de apurarmos os resultados desta reflexão para que seja o espelho de uma opinião significativamente quantitativa e qualitativa.

Estas quatro acções serão apenas o início de um processo que terá que ser moroso para não deixar ninguém para trás, para ser mais eficaz e para corresponder aos anseios e eventuais expectativas de todos.

Muitas outras decisões (que devem continuar a envolver todos) têm que ser tomadas caso os autocaravanistas se pronunciem favoravelmente pela existência de um “Dia Nacional do Autocaravanismo”: Que data escolher? Uma data móvel ou fixa? Porquê essa data?

Não queiramos, no entanto, fazer tudo de uma só vez. As vanguardas (que são necessárias!) movem-se às vezes tão depressa que quando olham para trás, estão sozinhas.

O envolvimento das pessoas é importante para que sintam que esse é, enquanto autocaravanistas, o seu Dia.

Não é um Dia que lhes será oferecido.

Não é um Dia que outros pensaram por elas.

É o “Dia Nacional do Autocaravanismo” que construíram em conjunto.

Alguns, chamar-me-ão lírico, sonhador, talvez!, mas não se esqueçam que “o sonho comanda a vida” e “quando um homem sonha o mundo pula e avança”...

Vamos sonhar juntos?!




(Todas as Terças-feiras, neste espaço (Papa Léguas Portugal), estarei a “RECORDAR…” e a transcrever alguns escritos antigos que assinalam um período importante (pelo menos para mim) dos meus pensamentos e forma de estar na vida.)

1 comentário:

  1. O Companheiro Papa Léguas, vem uma vez mais a terreiro, suscitar o que é verdadeiramente importante para um movimento autocaravanista digno desse nome.
    Alexandre Oliveira

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